domingo, 19 de janeiro de 2014

Hausu (1977) - Definitivamente a coisa mais bizarra que você vai assistir


Existem pra mim poucas certezas nessa vida. Alias, acho que no momento eu tenho apenas duas. Uma, todos vão morrer, duas, é praticamente impossível pra mim avaliar satisfatoriamente um filme como Hausu.
Hausu, ou "House" (no inglês, casa), é um filme japonês de horror dirigido e produzido por Nobuhiko Obayashi. 
Antes de falar do filme em si, falaremos um pouco do diretor. Obayashi foi uma das figuras pioneiras no cinema experimental japonês durante os anos 60  (afinal, não basta ser experimental, o cara tem que ser japonês) e que depois passou a fazer trabalhos na TV (incluindo comerciais). Hausu é o seu primeiro longa, antes disso ele fez nada menos que 10 filmes experimentais.
Podemos meio que adivinhar o que esperar de um diretor desse, experimental e ainda japonês. 
Não! Não podemos esperar nada! Não estamos preparados! Hausu é algo que foge do convencional e se mantem a uma distância de 10000 KM do que conhecemos como "normalidade".


Obayashi experimentou nesse filme diversos efeitos especiais nesse filme, algumas manobras imagéticas que ele aprendeu nos comerciais que fez até então (Obs: sério, vocês já viram algum comercial japonês? É SENSACIONAL).
O filme foi idealizado pela Toho, uma produtora de filmes muito famosa no Japão, que se aproximou de Obayashi com a sugestão de fazer um filme mais ou menos como Jaws (Tubarão) de Steven Spielberg (o resultado final passou longe).
Influenciado por idéias de sua filha Chingumi, Obayashi começou a desenvolver as idéias para o script que foram escritas, por sua vez, por Chiho Katsura.
Depois de aprovado, começaram a rodar o filme, que tinha um prazo para o término dentre de 2 anos


Sinopse:
Gorgeous (Kimiko Ikegami) está excitada com a ideia de passar as férias de verão com o seu pai, até descobrir que a sua namorada iria junto. Então, ela decide ir a casa no campo de sua tia, levando consigo suas amigas de escola – Fantasy (Kumiko Oba), que gosta de tirar fotos e devaneia a maior parte do tempo, Kung Fu (Miki Jinbo), que tem ótimos reflexos, Sweet (Masayo Miyako), que adora limpar, Prof  (Ai Matsubara), uma super nerd, Mac (Mieko Sato), que come muito, e Melody (Eriko Tanaka), uma musicista. Chegando a casa, eventos bizarros começam a ocorrer e as garotas começam a desaparecer uma a uma enquanto descobrem o segredo por trás de toda a aparente loucura. Tudo isso em um tom satírico e por vezes surreal.


Muitas coisas me chamaram a atenção nesse filme ao mesmo tempo, primeiro uma linguagem meio video-cliptica, muito recurso de edição (alias, muito é eufemismo, o filme é exageradamente editado), uma incrível fotografia (sério, algumas cenas desse filme são de encher os olhos de lágrimas com tanta beleza plástica) e idéias EXTREMAMENTE bizarras. Estou absorto, não consigo pensar em nada. Não sei o que chama mais atenção nesse filme, a extrema beleza plástica das cenas ou das cenas nonsenses, absurdamente bizarras, bagunçadas e confusas. MEU DEUS! Como é difícil avaliar!


O filme não teve muitos reviews no Japão e a pouca avaliação que recebeu ainda foi, no geral, bem negativa por parte dos críticos japoneses. Fora do Japão o filme foi mais bem aceito pela crítica, rendendo inclusive uma mnção positiva no New York Times que disse que o filme teve resultados memoráveis.
Outro jornal americano, New York Post, menciona o filme positivamente o filme por sua originalidade comparando-o, inclusive, com trabalhos de Dario Argento e Guy Maddin.


Resumindo:
Repulsivo e vislumbrante, bizarro e maravilhoso.
Reações antagônicas percorrerão sua cabeça ao assistir essa peça ÚNICA do cinema.

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